A cantora e activista beninense Angélique Kidjo tornou-se a primeira mulher africana a receber uma estrela no icónico Passeio da Fama de Hollywood. A 29 de Junho de 2025, o mundo assistiu a um momento histórico para o continente africano. Um reconhecimento internacional que celebra não só o seu percurso artístico, mas também o impacto social, cultural e político da sua voz, literal e simbólica, ao longo de quatro décadas.
Com uma carreira que transcende fronteiras, Angélique Kidjo é considerada uma das artistas africanas mais influentes de todos os tempos. Ganhadora de cinco Grammys, Kidjo tem sido uma ponte viva entre o património cultural africano e o cenário musical global. Misturando afrobeat, jazz, funk, música tradicional do Benim e sonoridades contemporâneas, a sua arte é, acima de tudo, um manifesto de resistência e afirmação identitária.
Uma estrela que brilha para além da música
Mais do que cantora, Angélique Kidjo é uma activista comprometida. Tem usado a sua visibilidade para lutar pelos direitos das mulheres, educação de meninas, justiça climática e liberdade de expressão. É Embaixadora da Boa Vontade da UNICEF e fundadora da Batonga Foundation, organização que promove o acesso à educação e ao empoderamento económico de raparigas em zonas rurais de África.
Na cerimónia em Hollywood, Kidjo declarou: “Esta estrela não é apenas minha. É de todas as mulheres africanas que nunca deixaram de lutar, de todas as artistas que ousaram sonhar.”
A sua inclusão no Passeio da Fama inscreve uma nova narrativa na história do entretenimento global, onde o talento africano deixa de ser apenas celebrado localmente para ocupar o seu lugar legítimo na cultura internacional.
Um legado que inspira o presente e o futuro
Nascida em 1960 em Ouidah, no Benim, Angélique cresceu num ambiente artístico e politicamente activo. Com influências que vão de Miriam Makeba a James Brown, de Fela Kuti a Aretha Franklin, a cantora tem desafiado categorias rígidas e redefinido o que significa ser africana no palco mundial.
Além dos Grammys, a artista já foi distinguida pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo e foi laureada com o prestigiado Prémio Polar da Música, considerado o “Nobel da música”.
O seu percurso prova que a arte pode ser uma ferramenta poderosa de transformação social, e que a representatividade começa quando se reconhece o valor da diversidade nas narrativas dominantes.