O British Fashion Council (BFC) quebrou o protocolo e anunciou, pela primeira vez, a vencedora do título de “Modelo do Ano 2025” antes da cerimónia oficial, a eleita é Anok Yai. A decisão, além de surpreender o sector, destaca também a dimensão global da supermodelo. A revelação antecipada reforça ainda o carácter simbólico deste reconhecimento, uma vez que a gala apenas acontecerá a 1 de Dezembro, em Londres.

Além disso, o gesto do BFC não acontece sem contexto. Pelo contrário, revela um esforço claro para valorizar figuras que têm transformado a moda de forma visível. Assim, Anok surge como uma voz central da diversidade e da inclusão racial, num sector que continua a ser influenciado por padrões eurocêntricos.

Uma carreira que desafia a norma

Nascida no Cairo, em 1997, filha de pais sul-sudaneses e criada nos Estados Unidos, Anok Yai transformou uma simples fotografia em ponto de viragem. Em 2017, uma imagem sua captada num evento universitário viralizou nas redes sociais um episódio que mudou o rumo da sua vida. Poucos meses depois, assinava contrato com uma agência internacional e, em 2018, fazia história ao abrir um desfile da Prada, tornando-se a segunda modelo negra a fazê-lo desde Naomi Campbell.

A sua trajectória, desde então, tem sido marcada por conquistas impressionantes capas da Vogue Itália, CR Fashion Book, W Magazine e editoriais para Vogue França, Dazed, V Magazine e AnOther Magazine.

Nas passarelas, brilhou para marcas como Fendi, Ralph Lauren, Coperni, Hugo Boss e Vetements. Além disso, tornou-se o rosto da fragrância Mugler Alien Hypersense, reforçando, assim, a sua imagem de elegância, autenticidade e poder feminino africano.

“Eu vou ficar — e vou mudar as coisas”

Em entrevista à Harper’s Bazaar, Anok revelou a força que a guia:

“Disseram-me que eu devia aproveitar e sair rápido. Eu respondi: absolutamente não eu vou ficar, e vou mudar as coisas.”

Para ela, a beleza é mais essência do que aparência:

“A beleza é uma essência que vive dentro de nós. Quando a encontramos, ninguém pode tirá-la.”

Mais do que modelo

Para além da moda, Anok Yai tem usado a sua visibilidade como ferramenta de expressão artística e cultural.Recentemente, participou em projectos de arte contemporânea no Senegal, em colaboração com o artista Kehinde Wiley, demonstrando, assim, que a sua influência atravessa fronteiras e linguagens.

Um feito sem precedentes

Ao anunciar antecipadamente a homenagem, o British Fashion Council não apenas reconhece a dimensão artística de Anok Yai, como simultaneamente, redefine a forma de celebrar o talento.O feito é duplamente histórico pela distinção inédita e pela mensagem simbólica a de que a representatividade não pode esperar.

O que achas desta decisão do British Fashion Council?

Deixa a tua opinião nos comentários sobre o que acha da escolha de Anok Yai como modelo do ano 2025, e diz-nos que outras mulheres achas que estão a mudar a história da moda. Saiba mas em http://www.fashionawards.com

Deixe o seu comentário