Duas mulheres, duas histórias de superação e uma só bandeira.
Maria Kitoko e Daniela Mandanji levaram Angola ao pódio no Campeonato Mundial de MMA, em Tbilisi, conquistando o ouro e provando que o desporto feminino angolano está a escrever um novo capítulo de coragem e conquista.

O feito histórico em Tbilisi

O Campeonato Mundial de Artes Marciais Mistas (MMA), realizado em Tbilisi, Geórgia, marcou um momento histórico para Angola.
A delegação nacional conquistou 11 medalhas – três de ouro, uma de prata e sete de bronze e firmou-se como uma das potências emergentes da modalidade no continente africano.

Entre os destaques, duas atletas chamaram a atenção pela entrega, talento e determinação: Maria Kitoko, que se tornou bicampeã mundial, e Daniela Mandanji, que brilhou no escalão júnior com uma vitória arrebatadora.

Maria Kitoko: a força que desafia limites

Com uma carreira construída entre treinos intensos e desafios pessoais, Maria Kitoko entrou em Tbilisi com o peso e a confiança de quem já conhecia o sabor do ouro — e saiu de lá bicampeã.
Na categoria dos 74,8 kg, venceu a cazaque Qaraqat Mashirap por TKO, consolidando o seu nome entre as melhores lutadoras amadoras do mundo.

Mas a vitória trouxe também um apelo sentido. Em declarações emocionadas, Maria pediu mais reconhecimento e apoio institucional para os atletas angolanos:

“Somos bicampeãs, erguemos a bandeira. Só pedimos que nos vejam, que nos apoiem.”

Mais do que um desabafo, as suas palavras traduzem a realidade de muitos desportistas que continuam a lutar, dentro e fora do ringue, por espaço e valorização.

Daniela Mandanji: a nova promessa do MMA feminino

Com apenas 20 anos, Daniela Mandanji tornou-se o novo rosto do MMA angolano.
Na categoria 61,2 kg júnior, venceu a ucraniana Yana Shelemba e conquistou a medalha de ouro, mostrando técnica, coragem e uma maturidade impressionante para a idade.

Daniela representa o futuro: uma geração de jovens mulheres que encontram no desporto não apenas um desafio físico, mas uma ferramenta de empoderamento e autoexpressão.
A sua conquista é um símbolo de esperança e de continuidade para o crescimento do MMA feminino em Angola.

Mais do que medalhas: uma mensagem de transformação

A performance angolana no Mundial da Geórgia é mais do que uma colecção de troféus — é um sinal de que há talento, competência e garra no desporto feminino nacional.
Contudo, as atletas enfrentam falta de condições, escasso investimento e baixo reconhecimento mediático.

A história de Maria Kitoko e Daniela Mandanji é, portanto, uma inspiração e um alerta: sem apoio estrutural, o talento corre o risco de se perder.
Mas enquanto houver mulheres como elas, Angola continuará a erguer-se, golpe após golpe, vitória após vitória.

O futuro do MMA angolano é feminino

Entre lágrimas, aplausos e bandeiras erguidas, o Mundial de Tbilisi revelou ao mundo duas novas heroínas do desporto angolano.
Maria e Daniela não apenas venceram lutas – abriram caminho para outras mulheres sonharem mais alto, acreditarem mais e perceberem que o impossível é apenas o primeiro round.

Angola está a aprender que o poder feminino também se expressa com luvas, disciplina e coração.

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