Há coisas na vida que nos fazem parar para reflectir e outras que nos impulsionam a seguir em frente. Hoje, sinto que estou a viver uma mistura de ambas. Andei a pensar se devia falar sobre isto ou não, mas a vida traz-nos essas surpresas – é simples, é bonita e, acima de tudo, é cheia de motivos para sermos gratas.
Pensei muito no que significa gratidão. Agradecer pelo quê? E então lembrei-me de um cântico da Harpa Cristã: “Conte as bênçãos, conte-as quantas são, recebidas da divina mão…” É isso. Quando paramos para contar, percebemos que há sempre mais motivos para agradecer, para sorrir e para continuar a viver.
A verdade é que a vida nem sempre é fácil. Mas ninguém disse que seria. É uma estrada bonita, cheia de curvas onde temos que ligar o pisca, mudar ou ajustar a rota e aprender. Nos últimos tempos, aprendi que ninguém tira o que já não existe, ninguém dá o que não tem ou vive um luto duas vezes e ninguém recebe o que nunca deu. Estas lições ficaram ainda mais claras quando olhei para a minha história.
E aqui estou eu, a virar mais uma página, a fechar mais um ciclo e a recomeçar mais uma vez. Um ciclo terminou, e está tudo bem. Sem mágoas, sem exposições, sem dramatismos. Na verdade, este ciclo já tinha chegado ao fim há algum tempo, mas o desfecho oficial aconteceu agora. É libertador saber que algo que estava pendente finalmente se encerrou.
Sinto-me em paz, aliviada e profundamente grata. Em paz, porque este capítulo já estava resolvido no coração de quem viveu. Aliviada, porque acabou e agora há espaço para o novo. E grata – grata pela experiência, pelo tempo e, principalmente, pelos meus filhos, que são e sempre serão a maior vitória dessa história.
Por isso, não esperem discursos feministas ou machistas. Não há lado certo ou errado, há apenas a vida, com os seus altos e baixos, com as suas lições. Esta é uma história que teve muito de tudo e pouco de nada. Uma história que será sempre uma parte importante de mim, mas que agora pertence ao passado.
Sim, estou divorciada. Mas não se preocupem estou bem, realmente. Sou eu, de novo. E a vida continua – bonita, leve e cheia de possibilidades.