Uma história angolana que atravessa fronteiras

Inspirada na força e resiliência da mãe, Feliciana Brito, carinhosamente conhecida como Tia Jóia, a actriz e realizadora Micaela Reis transformou uma memória familiar em cinema. O resultado é “JOIA”, curta-metragem escrita e produzida por si, recentemente seleccionada para o Urbanworld Film Festival, em Nova Iorque, um dos mais prestigiados festivais afro e multiculturais dos Estados Unidos, em parceria com o movimento Black Girls Rock! (BGR).

Filmado no Bocoio, em Benguela, o filme retrata coragem, esperança e fé em tempos de conflito, através do olhar de uma mulher que resiste com dignidade.

“Partilhar esta história em Nova Iorque é mostrar ao mundo a nossa essência. É sobre amor, luta e a beleza de ser mulher angolana”, afirma Micaela Reis.

Talento que nasce em casa

Mais do que um projecto cinematográfico, “JOIA” é uma celebração do talento angolano. A jovem Victoria Esquivel, escolhida entre centenas de candidatas num casting aberto, dá vida à protagonista e representa uma nova geração de actrizes locais.

A curta já foi exibida em festivais no Brasil, Suécia, Portugal e Nigéria, onde conquistou prémios e reconhecimento internacional. Agora, chega a Nova Iorque como símbolo de um cinema angolano autêntico, sensível e feito com coração.

O poder de contar as nossas histórias

Formada em Artes Performativas pela New York Film Academy, Micaela Reis tem vindo a construir uma carreira marcada por propósito e visão. Entre Angola e o mundo, usa o cinema como ponte cultural e espaço de afirmação feminina.

As suas narrativas valorizam a mulher africana, a identidade angolana e o poder transformador da arte. Com “JOIA”, reafirma que a voz da mulher angolana tem espaço, força e brilho em qualquer parte do mundo.

Orgulho que se multiplica

A selecção no Urbanworld Film Festival, em parceria com a Black Girls Rock!, representa um marco para o cinema nacional.
Para Francisco Santos, presidente da ACIC Angola, o feito é motivo de orgulho colectivo:

“É um orgulho para o país ver o nosso cinema a ocupar um lugar de destaque internacional. A arte é, sem dúvida, uma força transformadora.”

“JOIA” é mais do que uma curta-metragem é um retrato da mulher angolana: forte, criativa e pronta para brilhar onde quer que esteja.

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