Com um sorriso sereno e uma energia que preenche qualquer sala, Vídia António é uma das vozes jovens que está a marcar presença no universo da comunicação angolana. Entre bastidores, projectos e sonhos, a assessora de imprensa da AUTHENTIC construiu um percurso guiado pela fé, pela disciplina e por uma paixão profunda por contar histórias.
Nesta conversa, revela o que move a mulher por trás da profissional — a filha dedicada, a empreendedora resiliente e a comunicadora que acredita que dar voz ao outro é também uma forma de servir.
1. Quem é a Vídia António quando desliga o telemóvel e se afasta por um instante do mundo da comunicação?
Vídia António: Quando desligo o telefone, a Vídia é uma jovem senhora que conversa muito com Deus, ama cuidar da casa e estar com a família e amigos.2. Como te descreverias numa frase — aquela que te define sem precisar de pensar muito?
VA: Eu sou uma em um milhão.3. Há alguma memória da tua infância que sentes que moldou a mulher determinada e independente que és hoje?
VA: A memória de infância que me moldou foi quando a minha mãe me disse: “Filha, agora somos só nós as duas que vamos segurar a família.”
Como sou a primogénita, essa função de filha mais velha fez com que eu me tornasse o que sou hoje, porque desde muito cedo me foi cobrada responsabilidade e independência.
Profissão, propósito e bastidores
4. És assessora de imprensa na AUTHENTIC há mais de três anos e já passaste por áreas como televisão e jornalismo digital. Que aprendizagens levas de cada uma dessas fases?
VA: No jornalismo, na televisão e na assessoria, a maior aprendizagem que levei ao longo desses mais de 10 anos de comunicação foi perceber que é extremamente importante criarmos boas relações com pessoas, independentemente da área, porque a comunicação social nos conecta com todos.5. Trabalhar com comunicação é viver entre histórias, prazos e emoções. O que mais te encanta neste universo?
VA: O que mais me encanta nesse universo é poder servir aos outros. Penso que comunicação é justamente isso — as pessoas olham para os comunicadores como a solução dos seus problemas, porque nós damos voz a quem precisa ser ouvido e visibilidade a quem quer ser visto. Eu amo poder ajudar quem precisa.6. Já estiveste dos dois lados — a fazer notícias e agora a gerir a comunicação de outras pessoas. O que mudou no teu olhar sobre os media e o público?
VA: O que mudou foi o simples facto de descobrir que afinal existem profissionais que fazem o trabalho de tornar marcas, empresas, eventos e figuras públicas visíveis às pessoas através dos mídias — os assessores de imprensa. Sinceramente, eu não sabia que essa profissão existia e posso dizer que gosto da ideia de ser a pessoa que faz esse trabalho.7. Qual foi o projecto que mais te marcou até hoje — aquele que te fez sentir “é por isto que escolhi esta profissão”?
VA: São vários, o que torna difícil escolher apenas um, mas o projecto que mais me marcou foi um projecto pessoal, fora da AUTHENTIC: a vinda do cantor brasileiro D’Black a Angola. Foi uma das maiores loucuras profissionais que fiz — e a mais satisfatória.O lado criativo e empreendedor
8. Para além da AUTHENTIC, também fazes trabalhos pessoais de assessoria e gestão de carreira artística. Como surgiu esse teu lado empreendedor?
VA: Esse lado surgiu quando fiquei desempregada porque o canal de televisão onde eu trabalhava fechou. Tive de usar todas as ferramentas e contactos que tinha na altura para poder sobreviver. Foi quando comecei a olhar para a assessoria com mais responsabilidade e fiz disso o meu ganha-pão.9. Tens uma habilidade manual forte e um dom natural para criar. O que mais gostas de fazer com as mãos quando queres relaxar ou expressar criatividade?
VA: Normalmente, quando quero relaxar e expressar criatividade, gosto de decorar a casa e de me vestir bem.10. Se pudesses transformar um talento pessoal num negócio do coração, qual seria?
VA: Designer de interiores. Eu amo decorar casas.A mulher por trás da profissional
11. Vives sozinha, és irmã mais velha e uma filha muito presente. Como geres esse equilíbrio entre a independência e o laço familiar?
VA: Não é fácil gerir, principalmente quando se é a primogénita, porque a cobrança e o senso de responsabilidade são maiores. Mas consigo gerir da melhor forma possível porque tenho o apoio da minha família — eles entendem quando eu não posso estar presente.12. Que valores mais herdaste da tua mãe e que levas contigo no dia-a-dia?
VA: Agradecer a Deus pelo muito e pelo pouco, ajudar as pessoas e ser uma boa pessoa.13. A tua profissão pede muita entrega. O que fazes para cuidar de ti e manter o equilíbrio entre trabalho, vida pessoal e descanso?
VA: Graças a Deus, eu sou uma pessoa muito tranquila, e isso ajuda-me muito no trabalho e no dia-a-dia. Para manter o equilíbrio, falo com Deus, esvazio a mente das coisas que me fazem mal e foco-me nas boas. Procuro sempre olhar para o lado bom da vida.Paixões e inspirações
14. És fã do Chris Brown e adoras entretenimento. O que te fascina nesse universo de música, TV e cultura pop?
VA: É difícil de explicar o que mais me fascina, mas eu amo esse mundo porque é um universo onde aprendo muito. Leva-me para um lugar de leveza, alegria e sorrisos, onde não preciso ser politicamente correcta — e eu amo não ser politicamente correcta.15. Falando em televisão e entretenimento, quais são as pessoas que te inspiram no jornalismo e na assessoria de imprensa?
VA: No jornalismo, a minha maior fonte de inspiração é a Ana Lemos; e na assessoria de imprensa, é a Carolina Lopes.16. Tens alguma rotina ou ritual que não abdicas, mesmo nos dias mais cheios?
VA: Orar antes de dormir e depois de acordar.17. O que te inspira hoje — pessoas, músicas, histórias? E o que te faz sentir grata por ser quem és?
VD: Pessoas inspiram-me muito. O que me faz sentir grata é o simples facto de poder ajudar a minha família e não deixar faltar o básico. A minha mãe está orgulhosa.Olhar para o futuro
18. Quando pensas no futuro, onde imaginas ver a Vídia profissionalmente e pessoalmente?
VA: Eu já estou no futuro (risos). A nível profissional, vejo-me dona da maior empresa de assessoria de imprensa de Angola. A nível pessoal, vejo-me casada e com três filhos.19. E se tivesses de deixar uma mensagem às jovens angolanas que sonham seguir comunicação ou viver daquilo que amam, o que dirias?
VA: A mensagem que deixo aos jovens, de forma geral, é que corram atrás dos vossos sonhos, mesmo que vos digam que não vai dar certo porque com o outro deu errado. Cada um tem a sua sorte, o seu momento, o seu tempo e a sua história. É preciso tentar, para depois não se arrepender por não ter tentado.“Comunicar é muito mais do que falar, é conectar, sentir e dar voz às histórias que fazem o mundo girar.” — Vídia António
