Entre 27 e 30 de Maio, Brasília acolheu o XXV Congresso da Federação Internacional das Mulheres de Carreira Jurídica (FIFCJ), sob o tema provocador e urgente: “Inteligência Artificial e Género”. O encontro reuniu operadoras do sistema judicial de quatro continentes – América, Europa, África e Ásia – num exercício colectivo de pensamento crítico, partilha de conhecimento e construção de soluções para um mundo jurídico mais equitativo, inclusivo e tecnicamente preparado para os desafios do presente.

Um palco global para as vozes femininas do Direito

Criada em França em 1928, a FIFCJ conta hoje com 75 países membros e estatuto de membro observador junto das Nações Unidas. O Congresso deste ano foi realizado na sede da Associação Médica de Brasília e contou com presenças de alto nível do universo judicial e académico, como a Ministra do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Carmén Lúcia, a Ouvidora-Geral do STF, Flávia Martins de Carvalho, e representantes do Tribunal Constitucional de Moçambique, França, Turquia, Argentina, Espanha, Congo, entre outros.

Foram dias intensos, onde o Direito se cruzou com a tecnologia, a saúde, a agricultura e as políticas públicas, sempre com o olhar atento sobre o impacto da Inteligência Artificial nas estruturas jurídicas e sociais. A agenda incluiu debates técnicos, apresentação de artigos científicos, lançamento de livros, reunião do Bureau e do Conselho Alargado.

Angola com presença activa e representativa

A delegação angolana participou com firmeza e distinção, liderada por Elsa Barber, Presidente da Assembleia Geral da Associação Angolana das Mulheres de Carreira Jurídica, em representação da Dra. Solange Machado. A comitiva contou com nomes de relevo como a Provedora de Justiça, Dra. Florbela Araújo, a jurista Delfina Cumandala, actual Presidente da Cruz Vermelha em Angola, bem como a Dra. Victorina Cuanga, a Dra. Claudete de Sousa e a Procuradora Vladimira João.

A presença destas mulheres em espaços de decisão internacional não é apenas simbólica – é estratégica. Representam o pensamento jurídico angolano, a experiência em políticas públicas e a urgência de uma justiça que se reinventa com base no conhecimento, na ética e na equidade de género.

O futuro passa por aqui

Com temas como género e tecnologia, ética na aplicação da inteligência artificial e liderança feminina no sistema de justiça, o Congresso reforça a relevância de pensar o Direito para além dos códigos e tribunais. Pensá-lo como ferramenta de transformação social e como pilar essencial da democracia.

Neste 2025, as mulheres juristas angolanas reafirmam o seu compromisso com a justiça, com a construção de pontes globais e com o avanço de uma profissão que, cada vez mais, exige saber jurídico aliado à sensibilidade humana e à visão de futuro.

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