Doroteia Dia Lunda, vem neste texto partilhar a sua percepção sobre o maravilhoso e complexo universo que é a maternidade.
O dicionário comum de língua portuguesa define maternidade como a qualidade de ser mãe, de quem gera, educa e oferece cuidados, carinho e protecção.
A prática da maternidade não difere da sua definição; no entanto, não é tão romântica quanto a teoria. Não é tão romântica quanto os posts que estamos acostumados a ver nas redes sociais. A maternidade é uma experiência difícil e desafiadora, porém esses adjectivos não lhe tiram a beleza.
Faço vénia à toda mulher/mãe que consegue trilhar os caminhos da maternidade nos dias de hoje, ou seja, tiro o chapéu a toda mãe (biológica ou não) que consegue criar um filho numa sociedade onde a moralidade está cada vez mais depravada, onde os valores que definem o ser humano estão a tornar-se cada vez mais deteriorados, onde os filhos passam a maior parte do tempo na escola e os pais no trabalho, e com a correria do dia, quase não existe tempo para sentar e passar um tempo de qualidade com os filhos.
Mas afinal, o que é ser uma boa mãe? Penso que ser uma boa mãe está bem longe dos posts que vemos nas redes sociais, onde todo mundo ri, as mães parecem felizes e os filhos tranquilos o tempo todo.
Ser mãe é trilhar o caminho da maternidade sabendo que somos falhas, e, entre falhas e acertos, não desistimos. É continuar a ensinar e a disciplinar os filhos de forma assertiva e com amor, ainda que isso provoque desprazer aos nossos filhos.
Trilhar a maternidade é ter coragem de quebrar ciclos vividos com os nossos pais que, de alguma maneira, não nos permitiram crescer e nos amar de forma integral. É quebrar ciclos de mágoas que são frutos da maneira pela qual fomos criados e, consequentemente, oferecer aos nossos filhos o privilégio de se amarem a si mesmos na íntegra, amar os outros e colocar Deus em primeiro lugar – Marcos 12:30-34.
Chorar sozinha no quarto porque não conseguimos acalmar o filho não nos torna péssimas mães. Sentir impotência porque o filho caiu e se feriu não nos torna péssimas mães. Todas essas circunstâncias vêm simplesmente reafirmar que somos humanas, e que haverá dias em que estaremos um farrapo e está tudo bem!
A beleza da maternidade vai tornar-se evidente quando olharmos para o resultado de tanto esforço, quando os nossos filhos se tornarem adultos responsáveis, capazes de tomar as próprias decisões e assumir as consequências das decisões tomadas, sejam elas boas ou más.
No fim de tudo, a maternidade é sobre dar o nosso melhor todos os dias, conscientes de que podemos falhar e, ainda assim, não desistirmos dos nossos filhos e de nós mesmos. É sobre pedir ajuda quando necessário e está tudo bem!
Bom dia, mulheres/mães.
Doroteia Dia Lunda – Club Delas
Texto lindo e real, parabéns Dra Dorotéia
E, está tudo bem, as vezes nos sentirmos sozinhas e sem apoio. É nos desafios da maternidade que descobrimos os nossos super poderes.
Obrigada por estar aqui Elisabeth.