Lantejoulas: «Desde costurar moedas nas roupas para criar um cofre portátil até uma celebração da decadência discoteca dos anos 1970.»
Já há muito tempo, que conseguimos ver muitas peças decoradas com lantejoulas. Então, decidi fazer uma pequena pesquisa para entender exatamente esta trend…
A lantejoula originou-se da palavra árabe sikka, que significa “moeda”, e, mais tarde, ficou conhecida pela palavra veneziana “zecchino”.
Até que, finalmente, foi traduzida para o termo que conhecemos hoje no final do século XVI , por influência francesa.
Desde o início que, as pessoas costuravam as moedas às suas roupas para mostrar riqueza e de certa forma, como uma medida de precaução, para mantê-las próximas ao corpo. Mas já no século XVII, a tradição passou a ser decorativa, com moedas substituídas por discos metálicos conhecidos como “lantejoulas”. Assim, acabou por criar uma tendência inigualável e passou a ser usada de várias formas diferentes, abrangendo inúmeros géneros de moda, com vários formatos geométricos e em muitas cores.
Como eu gosto assim um pouco de factos desconhecidos que podem ser usados em um documentário da Netflix, pesquisei mais um pouco e descobri que em 1992, na tumba do faraó Tutancâmon tinha vários artigos de luxo, desde jóias, carruagens, tronos, perfumes, vinhos e jogos de tabuleiro, sendo que muitos eram feitos totalmente em ouro.
De tudo que foi desenterrado, estavam mantos enfeitados com discos circulares, que ainda tinham a superfície metálica apesar de estarem manchados. Isto provou que os egípcios usavam uma forma bem primitiva de lantejoulas para dar vida às roupas do faraó, como símbolo de luxo e de poder.
A sensação causada pela descoberta da tumba fez a mídia ficar louca e, consequentemente, criar o conceito da egiptomania. Então este fascínio pelos egípcios apareceu em todos os lugares, principalmente nos mundos do design de interiores, cinema e moda, e as lantejoulas voltaram a ser uma das maiores trends como resultado.
Um artigo sobre disco foi publicado na revista Rolling Stone em 1973 e, em poucos meses, surgiu uma febre de disco pelo mundo inteiro. O mais comum eram cores chamativas, cabelos compridos e sapatos plataforma para acompanharem esse movimento musical, enquanto a lantejoula – que tinha a superfície metálica que ajudava a luz da pista como um globo de discoteca – tornou-se o tema do momento mais uma vez.
Na época, a Vogue foi eleita como “presidente” da cultura contemporânea e obviamente que tirou partido disso: aqui ela apresenta Bianca Jagger com o seu vestido que foi considerado como muito spicy para o evento (ópera).
Já no Brasil, usam dois termos: lantejoula e paetê. Então, deixo-te aqui as diferenças para que nada te escape:
1. A lantejoula tem a borda sextavada e o paetê é totalmente liso;
2. A lantejoula é sempre um disco circular e o paetê pode ser apresentado em outras formas: quadrado, flor, etc.
3. A outra diferença é que o furo da lantejoula sempre é no meio do disco e o furo do paetê pode vir na ponta para facilitar a costura;
4. Um tecido bordado com lantejoulas recebe o nome de “paetê” (do francês pailleté, adornado com lantejoulas). Um exemplo disso é o fato de que, ao fazer um tecido a partir de lantejoulas, ele acaba por receber o nome de paetê, por se tratar, agora, de lantejoulas dispostas de maneira contínua.
Assim sendo, aproveito para dar-te uma ótima sugestão caso estejas a procura de um vestido de lantejoulas mais spicy que está na Edition.